Xterráqueo Edson

e sua expedição rumo ao Sul

Alô Xterráqueos de todo o Brasil! Depois de um pequeno intervalo, estamos de volta com força total para podermos contar as histórias dos membros dessa família que não é a maior, mas é a mais top do país! Hoje vamos contar a história do Xterráqueo Edson.

Xterráqueo Edson

Xterrráqueo EdsonEdson de Oliveira Vieira é mineiro de Belo Horizonte, mas há 25 anos mora em Montes Claros, no norte do Estado. Engenheiro agrônomo e professor universitário,  o nosso Xterráqueo de março é apaixonado por viagens e por Minas Gerais. Também é amante da fotografia e  adora experimentar a gastronomia dos locais por onde passa.

Fulminantemente apaixonado pela Xterra, faz questão de colecionar sorrisos, lugares e amizades por onde passa. E com ele leva junto em suas aventuras, a esposa Cida Queiroga, o filho Davi Milagres Vieira.

A conquista da Xterra 

Xterra BrutusA história de Edson com sua Xterra não é das mais antigas. Aliás, é bastante recente. E ela começou justamente por causa de um desejo do engenheiro agrônomo de  ir além, de explorar lugares aonde nem todo carro consegue chegar. Ele mesmo nos contará.

Até fevereiro de 2020 eu tinha um Corolla branco 2016/2017 que eu adorava. Carro confiável, forte, ótimo no asfalto. Mas me sentia um pouco limitado e já pensava em me aventurar mais por bandas onde não seria recomendável ir com o Toyota.

Num belo dia, vendo algumas imagens no aplicativo Pinterest pude ver uns carros 4×4 americanos bem equipados e entre eles estava uma Xterra preta, linda. Alguma coisa aconteceu comigo naquele momento e, para minha felicidade, descobri que havia Xterra em solos tupiniquins.

A compra

Xterráqueo EdsonDa descoberta à compra, não foi tanto tempo. Um mês e meio foi suficiente para que Edson adquirisse o carro que tanto desejava.

Comecei a pesquisar e encontrei grupos no Facebook. Logo em seguida revirei sites de vendas de carros e encontrei o “BRUTUS”, nome da minha viatura. Era do Cássio de Mairiporã, SP. Foi paixão à primeira vista. Era a que mais se aproximava do modelo que eu havia mentalizado. Logo liguei para o Cássio e ele estava nos EUA em meio ao início da crise da pandemia. A conversa foi amadurecendo e depois de um mês e meio fechamos negócio na base da troca. Felicidade total. 

A primeira viagem na Xterra Brutus

Depois da compra, vem o momento de pôr o carro para rodar. Passados 4 meses, o destino eleito foi a Estrada Real, em especial o “Caminho dos Diamantes”.

Após promover  alguns ajustes e revisar completamente a suspensão  da Brutus, pude fazer minha primeira expedição. Em julho, fomos ao  “Caminho dos Diamantes” (trecho da Estrada Real compreendido entre Ouro Preto e Diamantina). Devido a pandemia, muita coisa estava fechada, foi um pouco frustrante. Depois fui à Serra da Mantiqueira com o Brutus, mas foi a trabalho. 

 

A Expedição Rumo ao Sul

A expedição “Rumo do Sul” começou logo depois de voltar da primeira. Como se tratava de um trajeto longo, era preciso um planejamento para percorrer os quase 1500 km – apenas de ida.

camper da XterraComo eu tinha outros 15 dias de férias em novembro, comecei a planejar minha segunda expedição. Denominei “Expedição Rumo ao Sul”. Confeccionei meu próprio camper e no dia 12 de novembro de 2020 a viatura estava preparada para a estrada, com minha cozinha instalada. 

O trajeto era Foz do Iguaçu, Urubici e Florianópolis. Três a quatro dias nessas cidades, apenas em campings e mantendo o distanciamento exigido pela situação. Mas precisei inserir pontos de apoio e paradas.  

A partida rumo ao Sul do Xterráqueo Edson e sua família

Tudo preparado, família unida, é hora de … pé na tábua  e zarpar para o Sul! A viagem, que começou em Montes Claros, teve sua primeira parada em Barretos, interior de São Paulo.

rumo ao SulEu, minha esposa e meu filho caçula saímos de Montes Claros (Moc) dia 13/11 as 6:00h em ponto. O primeiro trecho foi Moc – Barretos (810 km). Perto de Uberaba, peguei a MG-190 e a MG-427. Foram 130 km de muitos, muitos buracos (fujam desse trecho!). Chegamos a Barretos no fim da tarde. Passamos uma noite no Camping do Bira bem perto do parque do Peão Boiadeiro.

Na verdade, como era apenas uma parada de apoio, fiquei em um Chalé sem precisar montar barracas. Choveu demais naquela noite e pude experimentar pela primeira vez o meu camper, sob a cobertura da garagem onde coloquei o Brutus. Rolou um macarrão à bolonhesa e a satisfação de liberdade e autossuficiência, isto é, preparar sua própria refeição no carro.

No dia seguinte, sem chuva, tive a grata satisfação de saber que Bira é um expedicionário como nós. Apaixonado por expedições e motos pude trocar ideias e ele me apresentou uma carretinha que ele mesmo construiu para as suas viagens. Conversa boa que me fez atrasar a partida de Barretos, mas valeu muito a pena. 

Xterráqueo Edson chegando ao Sul

Depois de uma boa viagem até Barretos, é hora de entrar no Sul do país. Os destinos? Londrina e Foz do Iguaçu, com mais cerca de 1000 km.

A segunda parada foi em Londrina (Barretos – Londrina 477 km). Estradas BR-153 e SP-333 pedagiadas (pedágios caros), mas em ótimas condições. Foi uma parada para quebrar o trecho de Barretos a Foz do Iguaçu e aproveitamos para visitar uns amigos de Londrina. 

no campingO terceiro trecho  foi de Londrina a Foz do Iguaçu (510 km). Estradas PR-444, BR-369 e BR-277. Essas estradas possuem os pedágios mais caros que conheci e na maioria de pistas simples. Cheguei a pagar R$21,50 em um trecho de poucos quilômetros. O piso também não era lá muito bom. 

Foz do Iguaçu
Em Foz do Iguaçu com o casal amigo Orlando e Rosana

Em Foz do Iguaçu encontramos com um casal de amigos de Sorocaba-SP, Orlando e Rosana, que se juntaram a nós para o restante da expedição. Um grande amigo que não o via a 8 anos. Aí sim, em Foz montamos acampamento no Camping Internacional Foz do Iguaçu. Camping com boa estrutura externa, grama bem cuidada, bem arborizado (com isso as barracas não ficavam expostas ao sol logo cedo), com pontos de energia e água bem distribuídos. Mas infelizmente os banheiros eram péssimos. Muito sujos e não havia limpeza adequada. Conversei com o proprietário, mas não resolveu. Uma Pena. 

Parque das Aves

Visitamos o Parque Nacional do Iguaçu, Ciudad del Este no Paraguai, para comprinhas básicas (básicas mesmo!),Parque Nacional Ciudad del Iguazu e o surpreendente Parque das Aves (imperdível!). Esse parque é constituído de grandes viveiros em que o caminho segue sentido único no qual você tem uma experiência especial com as aves. Foram 3 noites em Foz do Iguaçu. Em Foz conhecemos um casal super legal e experiente em expedições, o Eduardo e Geny do Manny II. Eles são de Guapimirim-RJ. Nós trocamos muitas ideias e eu aprendi muito com eles. Amizade selada com uma “branquinha” e que manteremos para sempre. 

Xterráqueo Edson indo para Urubici

Chegou a hora de ir para o destino final: Urubici, a cidade com belíssimas paisagens e estradas desafiantes. Muitas emoções e natureza surpreendente aguardavam nosso Xterráqueo Edson e sua família.

Xterráqueo Edson em UrubiciO quarto trecho foi de Foz do Iguaçu a Urubici (825 km pela BR-282). Foi um trecho de inacreditáveis 14h de muita chuva, tráfego pesado, vários trechos no Paraná com piso ruim e pedágios altos mais uma vez. No trecho de Santa Catarina o piso já estava ótimo. Chegamos no Camping Cabs.Urubici, da Bruna e do nosso amigo Thiago de Mello do Habitat Natural. Chegamos por volta das 22:30h e o Thiago estava lá nos esperando. Deu tempo de armar o acampamento e ainda fazer um churrasco na madrugada. Éramos os únicos campistas. Ficamos 4 noites por lá. 

O camping é lindo, o visual ao acordar é fascinante. Eles vão construir mais banheiros pelo camping e com isso vai ficar ainda melhor. Thiago é super gente boa e nos deu atenção na medida do possível. Urubici é um lugar encantador, ficamos quatro dias o que considero pouco, pois a natureza por lá é realmente fascinante. Nessa época do ano os lugares mais altos como o Cânion Espraiado (deixe para comprar os ingressos lá em cima), Morro da Igreja e Morro do Corvo Branco podem ficar sob nevoeiro de uma hora para outra. Apenas na segunda vez conseguimos visitar o cânion espraiado, um dos lugares mais lindos que conheci. Na subida desse cânion nossas Xterras mostram seu valor. 

Cachoeira

Xterráqueo Edson na cachoeira
Cachoeira do Avencal

Visitamos a cachoeira do Avencal, em que sugiro visitar a parte de cima e a parte de baixo também (ambos a um custo de R$15,00 a visitação). Na parte de baixo tem um grau de dificuldade de fácil a moderado até chegar na base da cachoeira, pois tem que escalar algumas pedras.  Fomos também para a cachoeira Véu de Noiva e a trilha dos Xaxins (ambos com um único ingresso de R$10,00). Aproveitamos para descer e subir a Serra do Corvo Branco, imperdível e com um visual maravilhoso. Mas, como havia dito, na subida o nevoeiro já tinha tomado conta da parte alta. 

Antes de descer recomendo comer um pastel e tomar um chocolate quente de uma barraca que fica pouco antes da descida. Imperdível, o pastel é montado e frito na hora, bem grande, quase um almoço. Uma vez em Urubici recomendo pegar um café colonial com a família, servido até as 18:00h em vários locais da cidade. Uma verdadeira prática da gula pois é comida que não acaba mais. A noite a cidade tem boas opções de restaurantes para vários tipos de bolsos. As noites estavam bem frias em Urubici mesmo para o mês de novembro. 

A volta

Passadas todas as dificuldades da ida, chega a hora de retornar para a casa. O primeiro trecho do Xterráqueo Edson e de sua família foi até Florianópolis.

Xterráqueo na Serra do Rio do RastroO quinto trecho foi de Urubici a Florianópolis (316 km até o camping) descendo a Serra do Rio do Rastro. Infelizmente no topo da Serra estava com bastante nevoeiro. Tem uma estrutura excelente por lá com lojas, restaurantes e lanchonetes que permitem você esperar, com um certo conforto, o tempo melhorar. Resolvemos esperar apenas uma hora e descemos em seguida. Após descer abaixo do nível do nevoeiro o visual também é lindo. Acredito que subir deva ser melhor pois fica mais fácil parar nos estreitos mirantes. Em Florianópolis ficamos no camping Morro das Pedras Surf. Camping “pé na areia”, super bem administrado pela Jéssica e Ion. Área pequena, mas com ótima infraestrutura de cozinha e banheiros, sempre muito limpos por sinal.

Praia 

Em Florianópolis visitamos a praia do Pântano Sul onde tivemos a oportunidade de saborear a famosa “Sequência de Camarões” – uma espécie de rodízio de camarões e frutos do mar, no famoso restaurante do Arante. Lugar bem peculiar. Lá você pode deixar um bilhete para a geração futura (mas acredito que durem apenas 2 anos no máximo). Visitamos também a lagoa do Peri, lagoa de água doce com ventos fortes, mas de visual lindíssimo. Há restaurantes próximos, mas você pode levar sua bebida e comida e “farofar” um pouquinho nas mesas debaixo das árvores.

Praia dos Ingleses
Praia dos Ingleses, Florianópolis

Visitamos a Praia dos Ingleses, bem ao norte da ilha. Essa praia está bem diferente de 30 anos atrás, quando acampei em meio a incontáveis lotes vagos. Hoje está bem urbanizada. No camping conhecemos o casal de moto-aventureiros de Joaçaba-SC, Leonardo e Maieli, e tivemos a oportunidade de também trocar ideias e ampliar a nossa rede de amizades.  Depois de 3 noites começamos nosso retorno a Minas. Em Florianópolis também despedimos do casal Orlando e Rosana que nos acompanharam por 12 dias de aventuras, companheirismo e muitas risadas.  

Segundo trecho da volta: Curitiba

A volta do Xterráqueo Edson e sua família para casa incluiu a belíssima Curitiba. Boa comida e compras diferenciadas estiveram no menu da família aventureira.

Em Curitiba
Jardim Botânico de Curitiba

No retorno, em nosso sexto trecho (317km), passamos uma noite em Curitiba onde visitamos o Jardim Botânico, o Museu Oscar Niemeyer, a Ópera de Arame e o Parque Tanquá. Ficamos em um Hotel na região do Batel. A noite saboreamos pizzas em uma pizzaria chamada “Supimpa casual food” no Água Verde. Simplesmente uma das melhores pizzas que comi em minha vida. Com certeza um dia voltaremos lá! No dia seguinte visitamos o Mercado Municipal de Curitiba. Vale a pena, pois tem estacionamento fácil e alto para nossas Xterra com lift e bagageiro de teto.

No Mercado Municipal de Curitiba
Mercado Municipal de Curitiba

Aliás, esta é outra observação importante: sempre ligue antes para os locais e hotéis para saber se sua viatura vai entrar nas garagens, pois a minha estava com uma altura total de 2,5 m e poucas permitiam essa altura.

Término da expedição

Os dois últimos trechos foram de Curitiba a Jarinu, SP, e de lá para Montes Claros. Incluindo, nesse caso, uma paradinha básica em BH – terra natal do nosso Xterráqueo Edson.

Depois de 15 dias, é hora de finalmente voltar para casa.

Xterráqueo Edson 3
volta para casa

O sétimo trecho foi de Curitiba a Jarinu em São Paulo (450 km), cidade de uns amigos nossos. Por lá passamos apenas uma noite para colocarmos o papo em dia. Como era sexta-feira pegamos vários congestionamentos na Anhanguera.  

O que seria nosso oitavo e único trecho (Jarinu a Montes Claros 940 km) resolvemos dividi-lo em dois trechos e parar em BH (minha cidade natal). Mais uma vez tive que ligar para hotéis para saber sobre a altura dos estacionamentos. A chegada em Montes Claros foi no dia seguinte. 

No total foram 15 dias, quase 5000km de muito asfalto, rever grandes amigos e fazer novas amizades, paisagens lindíssimas e lugares impressionantes dessa parte sul do Brasil. Para nós expedicionários, temos a felicidade de morarmos em um país que por si só nos presenteia com infinitas possibilidades de lugares incríveis a serem conhecidos. 

Parafraseando minha esposa, “em uma expedição você coleciona lugares, pessoas, sorrisos e histórias.”