Hotel Fazenda Palestina: testemunha da história de Minas e do Brasil

Hotel Palestina
Hotel Fazenda Palestina guarda em consigo parte da história de Minas Gerais e do Brasil.

O Hotel Fazenda Palestina conta uma parte da história do Brasil. Remanescente das últimas lavras do ciclo do ouro em Minas Gerais, relembra  um tempo em que o comércio entre as nações utilizava esse metal valioso como referência da produção e da riqueza.

Um tempo em que as tecnologias de extração mineral eram praticamente inexistentes. Por isso, necessitava-se recorrer a milhares de mãos humanas, mãos escravizadas por senhores proprietários de terras e de homens e mulheres.

Um tempo em que levava-se dias para percorrer, no lombo de cavalos e burros, a distância entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Um tempo que se ouve longínquo …

SURGIMENTO DE ITAPECERICA

O município onde a fazenda se localiza – Itapecerica – é um dos dez mais antigos de Minas Gerais.

O povoado surgiu em 1739, batizado de Arraial de São Bento do Tamanduá.  E quatro fatores foram primordiais para a colonização do arraial.

O primeiro, as disputas entre paulistas, descobridores das minas, e os forasteiros, que se embrenharam nos sertões. Some-se a isso a abertura do caminho da Picada de Goiás, os quilombos e a descoberta do ouro. São José d’El Rey (hoje Tiradentes) tomou posse do arraial em 1744.

O arraial tornou-se freguesia (divisão geográfica do clero católico) em 15.02.1757, com 7 capelas filiais. Tornou-se vila e município em 20.11.1789, com 34 distritos. A solenidade da instalação do município ocorreu em 18.01.1790, com o termo da Comarca do Rio das Mortes.

Nessa época, o município da Vila de São Bento do Tamanduá recobria uma área tão extensa que abrangia o que é hoje o Triângulo Mineiro e divisava com Goiás. Foi denominado cidade de Tamanduá em 04.10.1862.  Vinte anos mais tarde, em 19.10.1882, tornou-se cidade de Itapecerica.

ORIGEM DA FAZENDA

A Fazenda foi provavelmente construída na década de 1790­­­.  Sua primeira atividade foi a extração de ouro, mas como sua jazida era consideravelmente menor em relação a outros sítios de Minas Gerais, aos poucos foi substituída pela pecuária.

Localizada em terreno de baixada, a temperatura local cai à noite, que se põe ainda mais escura.  Acredita-se que o naturalista Saint-Hilaire, em 1819,  se refira à fazenda ao passar pela então Vila de São Bento do Tamanduá. Depois de passar o dia procurando seu grupo de desbravadores, retornou à fazenda em uma “noite escuríssima”.

Mudanças

A Fazenda Palestina tem história e uma parte dela são seus proprietários. Foram seis, desde a segunda metade do século XIX. São eles: David dos Santos, Cândido Malaquias, José Venâncio Diniz, Epaminondas de Senna. Os três últimos são Feliciano Antunes Campos, Luiz Mendes de Araújo e Sebastião Rios Corrêa.

Na época do senhor Luiz Mendes, a fazenda teve uma fase marcante com a criação de gado, especialmente touros da raça Gir. Passada essa fase, durante muitos anos, a fazenda ficou praticamente abandonada. Com isso, as edificações se degradaram. Também sofreram seus pomares, suas nascentes e cursos d’água, suas pastagens e seus acessos.  a Suas flora e fauna ainda se mantiveram preservadas.

No ano de 1997, o Dr. Sebastião Rios Corrêa adquiriu a fazenda. Com isso, ele  desenvolveu um plano de aproveitamento do aprazível ambiente para a instalação do Hotel Fazenda Palestina. O objetivo era resguardar as características próprias da história de uma época e potencializar todo um conjunto de recursos naturais e históricos disponíveis no local.

Hoje, o Hotel Fazenda Palestina é destaque do acervo cultural da cidade por ser uma fazenda bicentenária, preservando ainda hoje relíquias desse período. Em 1999, a antiga sede foi totalmente restaurada com a preservação da arquitetura colonial da época. A infraestrutura foi ampliada com a construção de novos apartamentos, oferecendo um ambiente agradável, confortável e acolhedor.

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